segunda-feira, 16 de junho de 2008

DIA DE FAXINA

Tenho um ritual para os dias de faxina, que precisa ser seguido para que a eficácia da limpeza se concretize: preciso começá-la por dentro. Começo sempre pelo cômodo dos fundos da casa, vou progredindo cômodo a cômodo até chegar à porta de entrada e então finalmente, sair pela porta da frente recolhendo os lixos da fachada, podando as folhas amarelecidas das plantas e tirando o limo do piso e das paredes.
Divagando acerca da felicidade, cheguei à conclusão de que esta só é possível após uma boa faxina que deve, logicamente, se dar de dentro para fora. Começamos pelo cômodo dos fundos, onde normalmente guardamos as mágoas, as frustrações e, sobretudo, as ilusões.
É muito mais cômodo creditar a felicidade a causas externas, não é mesmo? “Não sou feliz por não ter fulano, sicrano ou tal coisa ao meu lado”. Assim nos livramos do peso de nosso próprio fracasso.
A felicidade depende de nossa capacidade de alcançar a paz interior, cujo caminho é conhecido apenas por nós mesmos. Por seu caráter individual, somente podemos chegar com nossas próprias pernas, jamais escorados, ancorados ou carregados por mais ninguém. Nem todas as sinalizações, nem todas as pistas que possam indicar seu caminho nos levarão até lá, se não formos capazes de decodificar os sinais.
Após a casa limpa, percebemos o que foi bom pode e deve ser aproveitado e refletidos em ações futuras: existem coisas que podemos reciclar.
É preciso arregaçar as mangas e trabalhar, e talvez não haja trabalho mais árduo do que aquele cujo sucesso ou fracasso reflete-se em nosso espírito. A felicidade não é externa a nós, é intrínseca ao nosso ser.
Mãos à obra e boa faxina!

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