segunda-feira, 16 de junho de 2008

CARPE DIEM

Por quanto tempo ainda perderemos nos preparando para a vida e acreditando continuamente que ainda não estamos prontos para ela ?
Sem dúvida o conhecimento da técnica é importante, não pretenderia em nenhum momento desprezar a importância do saber, mas o “velho deitado” não costuma dizer: “a prática leva à perfeição?” Como saber o ponto do tempero sem colocar a mão na massa, para em seguida colocar à prova de nosso próprio paladar, o prato executado? É preciso arregaçar as mangas para o trabalho para conhecer nossa própria capacidade, retirar os excessos e rebarbas, lapidar o que precisa ser aperfeiçoado, refazer o caminho de volta corrigindo os erros que persistirem, para em seguida nos colocarmos à prova de nosso próprio julgamento, antes de nos expormos ao julgamento externo.
Não será o medo desse mesmo julgamento o que nos trava? Sempre o olhar alheio a nos intimidar, sempre o julgamento do outro a nos impedir de executar idéias, ou no mínimo a nos refrear os ímpetos? Ou será o nosso próprio julgamento, muito mais impiedoso, por nos levar a crer que não sobreviveríamos ao julgamento externo, sem nos permitir sequer a exposição a ele?
Passamos tempo demais acreditando que estamos nos preparando para algo que nunca estaremos preparados realmente, se não nos arriscarmos aos primeiros passos, se não externarmos aquilo que vive apenas em nosso imaginário sem nunca se tornar real. É na vida real que as idéias tornam-se palpáveis, inclusive o aprendizado que jamais poderia se concretizar sem a pratica da teoria, pois a teoria somente é real, se inspirada na prática.
Faz-se necessário para isso, admitir que erramos e nunca seremos suficientemente perfeitos ou impermeáveis ao erro. Devemos sim cultuar a perfeição e buscá-la, por que não? Mas seria uma grande incoerência se nosso compromisso com a perfeição nos impedisse de percorrer o percurso obrigatório até ela, já que a única maneira de alcançá-la de forma real e absoluta, é nos expondo à nossa própria imperfeição.

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